Imagine um dilúvio exponencial, explosivo e caótico, que tem a força destruidora e a essência de uma nova força criadora. Assim, o filósofo Pierre Lévy descreve a onda do conhecimento do século XXI, que envolveu os nativos e migrantes digitais. A partir deste cenário, o filósofo conclui então, que é necessário ensinar estudantes a nadarem, flutuarem e navegarem nessas águas turbulentas da internet.
Para o sociólogo Edgar Morin, a educação na era planetária e conectada deve despertar para uma sociedade–mundo, com um ensino que auxilie a sociedade a responder aos desafios dos problemas econômicos, políticos, sociais e ambientais locais, nacionais e até globais. Mas como conseguir isso?
A apropriação das tecnologias da informação e comunicação e das tecnologias para a aprendizagem e o conhecimento possibilitam esse empoderamento dos estudantes do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e também de ensino à distância, com a aquisição de novas competências e habilidades e que estimulam a inovação e o conhecimento no ambiente escolar.
Um dos desafios da escola no século XXI é ser diferente do formato de escola industrial, que era resultado da revolução industrial e informacional, e que foi idealizada para atender a um modelo produtivo, econômico e cultural que havia sido consolidado a partir da introdução das tecnologias informacionais, que substituíam as máquinas-ferramentas industriais, mais efetivamente a partir da década de 1970, com a popularização dos computadores.
A essência da educação emancipadora no século XXI deve buscar, por meio da interação tecnológica, também a humanização, a conquista da igualdade socioeconômica, de direitos civis, sociais e políticos, privilegiando a ética, a diversidade para a construção de uma sociedade multicultural.
Vale dizer que o uso da tecnologia na educação não deve ser mero instrumento de marketing ou ter um uso restrito, mas deve ampliar as possibilidades da escola para a diminuição da pobreza, para a prática da cidadania planetária em ambientes virtuais, com a apropriação de novas realidades pelos alunos, por meio do engajamento virtual, envolvendo a comunidade local.
E como responder a esses desafios? O filósofo Pierre Lèvy explica que o aumento contínuo do acesso aos fluxos informacionais de alcance global tem criado novos processos, comportamentos e novos sentidos culturais coletivos, influenciando sistemas escolares, professores, estudantes e criando novas relações de ensino aprendizagem, presenciais e virtuais.
O uso da tecnologia na educação também está relacionado a uma mudança das competências necessárias para o mercado de trabalho no século XXI, privilegiando a inteligência coletiva, o trabalho colaborativo, inclusivo e conectado, em projetos tecnológicos que podem ajudar a comunidade. Nessa nova aprendizagem colaborativa em ambientes virtuais, os estudantes aprendem socialmente e em rede, com foco em inovação.
Prof.ª Sandra Regina Silva
Jornalista e mestra em Mídia e Tecnologia - linha de pesquisa Gestão Midiática e Tecnológica, pela UNESP.
Professora no curso de Publicidade e Propaganda da UniSALESIANO Lins.
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